BARROCO BRASILEIRO[1]
No
Brasil Colonial predominava, de modo geral, a estética barroca, de formas aparentes, luxuosa, de fausto e esplendor. Nos atos litúrgicos, nas festas, solenidades
e procissões religiosas, essa estética era incentivada e ordenada não só pelas
normas religiosas, como as Constituições do Arcebispado (Ver nas
Referências Historiográficas, Sebastião Monteiro da VIDE), mas impregnava o
sermonário da época com conceitos econômicos, sociais e morais, pelo qual
acreditavam ser devido ao culto todo o luxo que era garantida
a 'providência divina' para a perpetuação das riquezas alcançadas pelos
portugueses, desde o descobrimento (Ver nas Referências Historiográficas:
Luís Vasco Ribeiro Salgado de OLIVEIRA, 1973). A exigência do luxo em
templos e objetos ligados ao culto encontrou no barroco, com sua riqueza
decorativa e diversificada, uma correspondência perfeita para a época,
principalmente, diante do conteúdo proselitista daquela estética. A riqueza induzia ao barroco e este àquela. A estética barroca era aceita pela sociedade, que
disputava, mediante seus diversos canais de representação, quem melhor
representaria tal ideal. Era o gosto da
arte erudita européia da época, transplantada e adaptada à colônia, onde, com
material muitas
vezes importados do reino, tentava-se fazer igual. Não se deve ver na afirmativa qualquer
conteúdo de condicionamento mecanicista, mas a certeza de que o barroco era a
contrapartida coerente ao sentimento do irmão terceiro: religioso, sim;
preocupado com a salvação da alma, sim; mas, também, ciente dos prazeres
materiais, da ostentação, do prazer que o poder confere às pessoas. Nisso se condensa uma
tensão permanente, que foi atributo essencial do barroco. As
principais obras historiográficas, essenciais à compreensão do Barroco
Brasileiro, foram produzidas por Afonso ÁVILA (1980); Germain BAZIN (1983);
John. BURY (1991) e Roberto SMITH (1951), conforme consta nas Referências
Historiográficas.